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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Confira o curioso caso das pessoas que viraram múmias de sabão

Você já deve ter ouvido falar que, em determinadas circunstâncias, durante adecomposição, alguns corpos humanos não se degradam completamente, passando por um processo conhecido como adipocere — ou saponificação. Quando isso ocorre, em vez de os cadáveres se deteriorarem até que não reste mais nada além dos ossos, uma camada de um material semelhante à cera se forma, atuando como uma espécie de conservante natural.
A adipocere costuma se desenvolver em corpos cuja gordura é exposta à ação de bactérias anaeróbias em ambientes úmidos, quentes e alcalinos. Quando ela começa a se formar, a cera apresenta uma consistência suave e oleosa, e coloração acinzentada. Além disso, com o passar tempo, essa substância começa a endurecer e a ficar quebradiça.

Múmias de sabão

Catacumbas de Paris
No entanto, o mais curioso é que a saponificação encapsula os corpos e freia o processo de decomposição, transformando os cadáveres em espécies de “múmias de sabão”. E, de acordo com o pessoal do portal Strange Remains, várias dessas múmias já foram descobertas pelo mundo.
Segundo a publicação, entre os anos de 1786 e1787, os corpos do Cimetière des Saints-Innocents foram exumados para que os ossos fossem transferidos para o local que hoje é conhecido como as “Catacumbas de Paris”. Pois, durante os trabalhos, os cientistas Thouret e Fourcroy supervisionaram a remoção dos cadáveres enquanto estudavam sua decomposição, descobrindo vários cadáveres de crianças cobertos por uma substância parecida com cera.

Decomposição freada

Outro exemplo interessante é o de um homem e uma mulher que foram exumados no século 19 em Filadélfia. As duas múmias se formaram devido à água que se infiltrou em seus caixões, transformando a gordura em adipocere. No caso da mulher, os pesquisadores acreditavam que ela havia falecido durante uma epidemia de febre amarela que atingiu a região em 1792, e que ela tinha por volta de 40 anos quando morreu.
Mas exames de raios-x realizados na década de 80 revelaram que a mulher provavelmente era mais jovem — cerca de vinte e poucos anos —, e ela usava peças de roupa que só começaram a ser fabricadas após o ano de 1830, indicando que o sepultamento ocorreu décadas depois do que se pensava. Atualmente, a “mulher de sabão”, como é conhecida, faz parte da coleção doMuseu Mutter de Filadélfia, e você pode conferir como ela é fotogênica abaixo:
Já no caso do homem — que também ficou conhecido como “homem de sabão” —, análises realizadas no corpo revelaram que ele provavelmente morreu entre os anos de 1800 e 1810, com cerca de 40 anos de idade. E, assim como a mulher de sabão, a múmia do homem se encontra em exposição no Museu Nacional de História Natural de Washington, e você pode vê-lo a seguir, ainda usando as meias com as quais ele foi enterrado:

O misterioso Brienzi

Segundo o pessoal do Strange Remains, um dos casos mais bizarros de saponificação é o de “Brienzi”, um corpo decapitado e completamente envolto em adipocere descoberto no Lago de Brienz, na Suíça, em 1996. Durante vários anos, os cientistas quebraram a cabeça para tentar descobrir a identidade da múmia de sabão sem cabeça, e os resultados das investigações só foram revelados em 2011!
De acordo com pesquisadores da Universidade de Zurique, Brienzi foi um homem que se afogou no local durante o século 18, e após ele morrer, seu corpo acabou indo parar no fundo no fundo do lago. Com o tempo, o defunto foi sendo coberto por sedimentos, permitindo que a adipocere se formasse e preservasse o torso de Brienzi.
Entretanto, apesar do fascínio que esses corpos saponificados despertam, eles também podem causar um bocado de dor de cabeça. De acordo com o Strange Remains, alguns cemitérios costumam remover as ossadas de antigos ocupantes para reaproveitar as covas, e essa prática é relativamente comum na Alemanha.
Pois devido às condições do solo de vários cemitérios alemães, quando os cadáveres começaram a ser exumados — após um período entre 15 e 25 anos, quando eles já deveriam estar completamente decompostos —, os funcionários descobriram que muitos haviam se transformado em múmias de sabão. E, para contornar o problema, os cemitérios tiveram que investir um bocado de dinheiro em câmaras funerárias e no recondicionamento do solo.

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